INDÚSTRIA CULTURAL


Miscigenação da Língua Portuguesa

Antes mesmo da descoberta do território brasileiro, já se falavam cerca de 1000 línguas diferentes, decorrentes da diversidade indígena existente. Após o descobrimento do Brasil, estabeleceram a língua geral derivada do tupinambá para que os índios e brancos se comunicassem.
Quando o território passou a ser povoado por portugueses, houve uma grande confusão gerada pelo bilinguismo e a partir daí o português se fez predominante no país com data de 1758, em substituição à língua geral.
A língua portuguesa é originada do latim vulgar que também se caracteriza como uma língua neolatina, que no período colonial passou a ser influenciada pelas línguas africanas trazidas pelos escravos, como é o caso do quicongo, quimbundo, fon, ioruba e outras que passaram a ser usadas por pessoas que viviam em contato com os negros. Palavras de origem africana como fubá, moleque, bunda, jabé, cachimbo, acarajá foram incorporadas no vocabulário brasileiro.
Após a independência do Brasil, houve uma grande imigração da Itália e Alemanha para o país, o que contribuiu com a diversificação de dialetos em diferentes regiões do país. Dessa forma, não é correto pensar que a língua pronunciada no Brasil é de origem portuguesa somente, pois possui influência indígena, portuguesa, africana, italiana, alemã e tantas outras aqui não citadas.
Hoje, é fácil miscigenar a língua brasileira, pois com a constante presença de turistas de todas as partes e residentes de outras nacionalidades, faz-se uma nova língua a cada dia.
Por Gabriela Cabral
Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com/cultura/miscigenacao-lingua-portuguesa.htm


Concretismo no Brasil


O Concretismo começa a despontar no Brasil com a publicação da revista Noigandres pelos três poetas: Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos. Porém, fixa-se no Brasil com a Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1956, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
As poesias concretas trazem novas formas de expressão: valorização da forma e da comunicação visual, sobrepondo ao conteúdo.
O poema da poesia concreta é chamado de poema-objeto por causa dos recursos estilísticos adotados: a eliminação de versos e a incorporação de figuras geométricas. Os poemas concretos possuem carga semântica, mas diferenciam-se por enfatizar o conteúdo visual e sonoro das palavras.
Durante o Concretismo no Brasil, houve diferenciação entre tipos de poesia. Vejamos:
● Poesia-Práxis: Lançada a partir de 1961 com o Manifesto Didático, liderada por Mário Chamie, considerava a palavra um organismo vivo, o qual gera o outro.
● Poesia social: movimento de reação contra a poesia concreta por poetas que a considerava exagerada em formalismo. Propunham a volta dos versos, a linguagem simples e a visão da poesia como instrumento de expressão social e política. É ilustrador dessa perspectiva: Ferreira Gullar.
● Tropicalismo: movimento musical dos anos 67 e 68, que contribuiu para a literatura com a visão de aproveitamento de qualquer estética literária, sem preconceitos. Essa manifestação resultou em certo anarquismo, porém rigorosamente censurado.
● Poesia Marginal dos anos 70: poesia sem edição, livre dos padrões de produção e distribuição, com tiragem pequena. Alguns autores dessa prática são conhecidos: Paulo Leminski e Chacal.
Podemos levantar algumas características gerais na poesia concreta: o verso é abolido; o espaço do papel é aproveitado para fins significativos; há valorização dos aspectos visual e sonoro; os vocábulos são representados nos seus aspectos geométricos.
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola


Conceito de Indústria Cultural em Adorno e Horkheimer

A indústria cultural, segundo Adorno e Horkheimer, possui padrões que se repetem com a intenção de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo.
Apesar de a Indústria Cultural ser um fator primordial na formação de consciência coletiva nas sociedades massificadas, nem de longe seus produtos são artísticos. Isso porque esses produtos não mais representam um tipo de classe (superior ou inferior, dominantes e dominados), mas são exclusivamente dependentes do mercado.
Essa visão permite compreender de que forma age a Indústria Cultural.Oferecendo produtos que promovem uma satisfação compensatória e efêmera, que agrada aos indivíduos, ela impõe-se sobre estes, submetendo-os a seu monopólio e tornando-os acríticos (já que seus produtos são adquiridos consensualmente).
Camuflando as forças de classes, a Indústria Cultural apresenta-se como único poder de dominação e difusão de uma cultura de subserviência. Ela torna-se o guia que orienta os indivíduos em um mundo caótico e que por isso desativa, desarticula, qualquer revolta contra seu sistema. Isso quer dizer que a pseudo felicidade ou satisfação promovida pela Indústria Cultural acaba por desmobilizar ou impedir qualquer mobilização crítica que, de alguma forma, fora o papel principal da arte (como no Renascimento, por exemplo). Ela transforma os indivíduos em seu objeto e não permite a formação de uma autonomia consciente.
Englobando a sociedade como um todo, com um pequeno número de evasão, é quase impossível romper com tal sistema produtivo. Aqueles que se submetem a esse modelo de indústria nada mais fazem que falar de modo diferente a mesma coisa. Porém, uma certa crítica ainda pode ser vista naqueles que fomentam um tipo de arte que produz efeitos estéticos fora da padronização oferecida pela indústria. Mesmo assim, é uma tentativa que fica à margem do sistema porque não agrada àquelas consciências acostumadas com um modelo estandardizado.
O próprio Adorno, como um dos integrantes da Escola de Frankfurt, onde foi desenvolvida a Teoria Crítica, construiu um tipo de música calculada nos moldes das músicas clássicas e eruditas, mas com uma melodia aparentemente horripilante aos ouvidos acostumados aos acordes da música clássica tradicional (leia-se burguesa). Sua pretensão é justamente desacostumar a percepção daquela noção tradicional de ordem e harmonia (já que sua música só parece desarmônica, mas na verdade é totalmente ordenada e arranjada – dodecafônica) prevalecente na cultura burguesa vigente à época.
Para Adorno e Horkheimer, Indústria Cultural distingue-se de cultura de massa. Esta é oriunda do povo, das suas regionalizações, costumes e sem a pretensão de ser comercializada, enquanto que aquela possui padrões que sempre se repetem com a finalidade de formar uma estética ou percepção comum voltada ao consumismo. E embora a arte clássica, erudita, também pudesse ser distinta da popular e da comercial, sua origem não tem uma primeira intenção de ser comercializada e nem surge espontaneamente, mas é trabalhada tecnicamente e possui uma originalidade incomum – depois pode ser estandardizada, reproduzida e comercializada segundo os interesses da Indústria Cultural.
Assim, segundo a visão desses autores, é praticamente impossível fugir desse modelo, mas deveríamos buscar fontes alternativas de arte e de produção cultural, que, ainda que sejam utilizadas pela indústria, promovessem o mínimo de conscientização possível.
Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Fonte: http://www.brasilescola.com